As Escrituras demonstram a existência de uma Lei/Tradição oral


O @apostoladoveritatissplendor fez a seguinte publicação sobre a existência de uma Tradição oral no judaísmo antigo: https://www.instagram.com/p/CY82SuLLblN/

Rapidamente observamos que nos comentários algumas pessoas reagiram negativamente, repetindo uma leitura enviesada dos Evangelhos (Mt 15,1-20), oriunda de meios protestantes, que representam Jesus condenando absolutamente toda e qualquer tradição. Um Jesus que seria um “profeta da Sola Scriptura”, exortando os judeus a seguirem somente a Bíblia como regra de Fé. O problema dessa narrativa é que na própria Escritura, desde o Antigo Testamento, vemos certas práticas dos homens de Deus que não estavam de acordo com a lei escrita.

Regulações do culto

Vemos isso quando o profeta Samuel participa de um sacrifício nos lugares altos (1Sm 9,12-13), e quando Elias ofereceu um sacrifício no Monte Carmelo (1Rs 18,3-38), ambos fora do tabernáculo, algo que a Lei claramente proibia (Lv 17,1-9; Dt 12,13-14; Js 22,29). Havia então alguma norma que abriria exceções em alguns casos. Samuel e Elias[1] sabiam como isso funcionava, mesmo não estando na Torá escrita.

Em outro caso, sob comando de Samuel, o povo oferecia uma libação de água como oferta penitencial, e isso não estava previsto pela Lei (1Sm 7,6). O rei Davi faz algo parecido quando oferece uma libação de água “com valor de sangue” (2Sm 23,13-17).

O mesmo Davi, ao transportar a Arca da Aliança, usa um Éfode (paramento sacerdotal) que pertencia apenas ao Sumo Sacerdote; ele também faz sacrifícios no local de descanso da Arca e abençoa o povo à maneira de um sacerdote; e seus filhos, mesmo não sendo levitas, possuíam algum tipo de sacerdócio (2Sm 8,18). O texto de 1Reis 3,2 diz que Salomão e Davi ofereciam sacrifícios e incenso nos lugares altos, ambas as coisas eram proibidas (Nm 3,10; 18,7; 2Cro 26,16-21), no entanto, o Senhor aprova os sacrifícios e abençoa Salomão (como parece ter feito com Davi durante sua vida). O texto dá a entender que isso era tolerado pois não havia um templo, mas mesmo que não houvesse um templo ainda havia o tabernáculo (2Sm 7,1-6) e os sacerdotes.

O caso se repete quando o rei Salomão termina de construir o templo: assim como seu pai Davi, como um sacerdote, ele santifica o interior do pátio oferecendo sacrifícios (e até mudando o altar onde os sacrifícios deveriam ser feitos, cf: 1 Rs 8,5.64) e ainda abençoando o povo (1Rs 8,14.55). Deus aprova tudo isso (1Rs 9,3) que aparentemente seriam violações das normas do tabernáculo e do sacerdócio. Havia então obviamente um entendimento proveniente de uma tradição não-escrita. (Uma teoria seria a de que essas permissões se dariam provavelmente pelo Rei de Jerusalém herdar o sacerdócio de Melquisedeque (Sl 109 [110]), porém, nada disso está escrito.)

Um outro exemplo sobre a autoridade do Rei sobre o culto e a existência de uma tradição oral autoritativa é notada por Robert Sungenis em seu livro “Not By Scripture Alone”:

“No Antigo Testamento, não apenas se encontra clara referência a um corpo magisterial autoritativo (constituído por Deus ou pelos seus profetas e Reis eleitos), como também um número de exemplos nos quais uma Tradição Oral autoritativa trabalha sinergicamente com as Escrituras. Aqui estão dois exemplos:

2Crônicas 29,25: “[Rei Ezequias] colocou a seguir os levitas no templo de Iahweh com címbalos, liras e cítaras, segundo as prescrições de Davi, de Gad, o vidente do Rei, e do profeta Natã; pois a ordem vinha de Deus por intermédio de seus profetas.”

2Crônicas 35,4: “Disponde-vos por famílias, segundo as vossas classes, como o determinou por escrito Davi, rei de Israel, e conforme deliberou seu filho Salomão.”

O que faz estas passagens serem tão contundentes como evidência contra a falácia do sola scriptura no Antigo Testamento é que Deus mandou estas ordenanças baseadas na tradição oral preservada muitos séculos antes do livro de 2Crônicas ser escrito. Nós não encontramos estas suas ordens em nenhum lugar do Antigo Testamento, e ainda assim Ezequias claramente as tomou como autoritativas e vinculantes. Um comentário Protestante [Gregory Krehbiel, “A critical look at Sola Scriptura] sobre este episódio admitiu que: “O fato de que essas palavras de Deus nunca tenham sido incluídas no cânon é absolutamente irrelevante para o assunto. Estas palavras de Deus não preservadas nas Escrituras foram consultadas e aplicadas autoritativamente pelos reformadores judeus [aos quais 2Crônicas faz menção]. As passagens em 2Crônicas são muito claras e são uma refutação imediata do Sola Scriptura […] Da mesma forma, o AT nos mostra repetidamente que o Senhor tinha estabelecido uma hierarquia de grupos (profetas, sacerdotes e Reis) e encarregado cada grupo com a tarefa de promulgar, explicar e fazer cumprir os preceitos Divinos que estavam sendo ocasionalmente registrados na Escritura. Além do fato de que nenhum indivíduo judeu tinha cópia pessoal da Bíblia (cópias da Escritura eram raras, ficando reservada apenas para os sacerdotes do templo, os reis e as sinagogas), os sacerdotes e os profetas eram apontados pelo Senhor para dar interpretação correta dos textos. Com efeito, não existem exemplos no Antigo Testamento das escrituras funcionando sozinhas, desconectadas ou interpretadas distintamente da tradição autoritativa da hierarquia de sacerdotes e profetas no AT.”
[Robert A. Sungenis, “Não Somente pelas Escrituras – Uma crítica católica da doutrina Protestante do sola scriptura” (Edições Cristo e Livros, 2022), pp. 40-41]

O Templo

Ainda no assunto do Templo e do culto: É curioso notar que em lugar algum da Torá é dito que haveria um templo, ou que esse templo seria em Jerusalém; é brevemente mencionado apenas que o Senhor algum dia escolheria um lugar especial para si (Dt 18,6). Era proibido adicionar ou detrair qualquer coisa dos mandamentos que Deus deu a Moisés (Dt 4,2), e Moisés nunca escreveu uma ordem para que o Tabernáculo (que a lei ordenou e especificou meticulosamente a construção nos mínimos detalhes) fosse permanentemente desmontado e guardado para então ser “trocado” por um templo. Se apenas a escritura fosse considerada, mesmo que Davi soubesse por uma profecia o local especial que Deus escolheria para si (Dt 18,6), não havia provisão alguma de uma estrutura permanente para substituir o tabernáculo, e o mesmo deveria ser simplesmente montado e mantido no tal local especial. Ainda assim Jesus frequentou o templo sem fazer qualquer menção quanto a sua legitimidade, e até diz que o templo é capaz de santificar a matéria da oferta (Mt 23,17).  Lembrando que o templo da época de Jesus era o de Herodes, que mandou que o templo de Zorobabel (ordenado por Deus) fosse completamente derrubado e outro fosse levantado nas dimensões do antigo templo de Salomão.

Não foi uma mera reforma, mas um terceiro templo totalmente novo, o qual Deus não ordenou a construção como no caso dos anteriores. Flávio Josefo relata:

E este foi o discurso que Herodes fez a eles: mas ainda assim esse discurso assustou muitas pessoas: como sendo inesperado por eles; e porque parecia inacreditável, não os encorajou, mas os desanimou: pois eles temiam que ele derrubasse todo o edifício e não pudesse levar à perfeição suas intenções para a reconstrução. E esse perigo lhes parecia muito grande; e a vastidão do empreendimento de ser tal, que dificilmente poderia ser realizado. Mas enquanto eles estavam nessa disposição, o rei os encorajou; e lhes disse: “Ele não derrubaria o templo deles até que todas as coisas estivessem prontas para edificá-lo novamente”. E como ele havia prometido isso de antemão, ele não quebrou sua palavra com eles: mas preparou mil carroças, que deveriam trazer pedras para a construção; e escolheu dez mil dos operários mais hábeis, e comprou mil vestes sacerdotais, para tal número de sacerdotes; e ensinou para alguns deles as artes de cortadores de pedra, e outros as de carpinteiro; e então começou a construir: mas isso não até que tudo estivesse bem preparado para o trabalho. Então Herodes tirou os velhos fundamentos, e pôs outros, e edificou sobre eles o templo…” (Flávio Josefo, Antiguidade dos Judeus, XV,11)

Os sacerdotes e religiosos em sua maioria aceitaram essa nova construção como legítima, sem qualquer instrução nas escrituras para tal. E não apenas ele, o próprio Jesus frequentou esse templo e suas festividades, o chamou de “casa de meu Pai”, e o defendeu de profanações (Jo 2,14-19). Ou seja, mesmo o Novo Testamento o atesta como um templo legitimo mesmo que sua construção não estivesse prevista na Torá, ou por meio de revelações proféticas.

Conversão de Rute

“Os amonitas e moabitas não entrarão jamais na assembleia do Senhor, nem mesmo depois da décima geração; porque não quiseram sair a receber-vos com pão e água no caminho, quando saístes do Egito, e porque conduziram contra ti Balaão, filho de Beor da Mesopotâmia da Síria, para que te amaldiçoasse.” (Deuteronômio 23,3)

No Hebraico a palavra “moabita” é masculina, mas nas línguas semíticas a forma masculina é também a forma neutra. Sendo assim, o termo “moabita” se refere a todos os moabitas, homens e mulheres. A Torá oral, no entanto, entende que essa lei se aplica somente aos homens. Por isso, Rute pôde entrar para a assembleia de Israel (Rt 1,16; 4,11) e ser avó de Davi. Este nem mesmo seria considerado um israelita se a lei de Deuteronômio fosse aplicada.

Alguns acusam os rabinos de terem mudado a lei de descendência judaica: do pai para a mãe. No entanto, vemos que esse era o entendimento de Esdras. Quando os judeus retornaram do exílio babilônico, Esdras obriga que os homens casados com estrangeiras mandassem-nas embora, juntamente com os filhos gerados nessa união. Isso seria um absurdo se essas crianças fossem judias. Vemos que ser filho de um judeu não lhe faz automaticamente judeu. Esdras alega estar agindo “conforme a Lei/Torá” (Ed 10,3). No entanto, a Torá não diz nada sobre filhos de um judeu com uma estrangeira serem estrangeiros; e também não obriga que um judeu se divorcie de uma estrangeira. A Lei/Torá que Esdras se refere só pode ser a lei oral.

Essa parece ser a lei que Paulo obedece ao circuncidar Timóteo, filho de uma mulher judia com um gentio (At 16,2). Se ser judeu dependesse do pai, Timóteo não o seria, e Paulo não o circundaria, como no caso de Tito que era gentio (Gl 3,2).

Questão linguística

A própria língua na qual Deus revelou o Antigo Testamento é impossível de ser compreendida perfeitamente sem o sistema de pontuação transmitido pelos massoretas. Os judeus colocavam no rolo da Torá apenas o que foi revelado por Deus, o que excluía a pontuação.

Manuscrito da Torá (sem pontuações)

Para dificultar ainda mais, a língua hebraica possuí apenas consoantes. Um exemplo de como isso pode gerar uma dificuldade é a interpretação de Êxodo 23,19: “Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe”. As consoantes usadas para a palavra “leite” (chalab – חָלָב) são as mesmas usadas para a palavra “gordura” (cheleb – חֶלֶב). Sem um treinamento na leitura da Torá através de uma tradição interpretativa que explique qual é a palavra correta, o mandamento poderia ser facilmente quebrado e, com isso, toda a Lei (Tg 2,10).

Os únicos documentos que preservaram essa pontuação são os códices de Aleppo (920 d.C.) e de Leningrado (1008 d.C.), ambos extremamente tardios. Quando se confia em um “original hebraico” está se confiando na verdade em uma tradição judaica escrita milênios após sua revelação.

Códice de Aleppo
Códice de Leningrado

Textos hebraicos mais antigos foram encontrados em Qumran, porém, nenhum deles possuem a acentuação, apenas a escrita consonantal que se espera encontrar em um rolo da Torá ou da Tanakh.

Um dos manuscritos de Qumran.

Regulações Sabáticas

Outra dificuldade é a existência de alguns mandamentos que são basicamente impossíveis de serem compreendidos corretamente sem que haja uma explanação mais detalhada.

Por exemplo: Quando a Torá (Ex 16,29) diz “Ninguém saia do seu lugar no sétimo dia” a que o termo “lugar” está se referindo? Significa sua casa, sua propriedade (se ele tem mais de uma casa), seu bairro, sua cidade ou qualquer outra coisa? De fato, Isaías (66,23) diz: “Será que em cada lua nova e em cada sábado toda a humanidade virá se curvar diante de mim – disse o Senhor”, o que implica que as pessoas deixarão suas casas no sábado e irão adorar o Senhor. Evidentemente, Isaías não entendeu este versículo em Êxodo como a leitura mais simples o faria.

Afinal, o que a Torá quer dizer quando (Ex. 20,10) proíbe “obra” no sábado? Qual obra é proibida e qual não é? Sem uma explicação dos detalhes é impossível saber o que a Torá está ensinando, o assunto fica ainda mais grave quando vemos que a violação dessa Lei é a morte (Ex 35,2).

Isso demonstra que havia uma tradição oral e um magistério (Dt 17,8-11) que guardava informações importantes sobre normas práticas na execução da Lei e do culto. Os judeus não entendiam essa tradição como uma adição, ou uma mera tradição de homens, mas, como definiu Maimônides que: “todos os preceitos que Moisés recebeu no Sinai foram dados juntamente com a sua interpretação”. Ou seja, existe uma explicação oficial sobre como deve ser feita a aplicação dos mandamentos. Sem isso e um magistério vigente seria impossível aplicar a Lei.

Jesus condenou fortemente algumas tradições farisaicas abusivas que iam de encontro com a Lei (tanto na letra quanto no espírito dela), por isso ele a chamou “tradição de homens”, i.e., elas não eram parte dessa explicação recebida por Moisés, mas isso passa longe de ser uma condenação de toda e qualquer tradição em absoluto. O próprio Jesus também condenou fortemente os Saduceus, que eram opositores ferrenhos da Tradição/Torá oral.

No Novo Testamento

A comunidade Cristã do primeiro século parece ter tido alguma influência dessa tradição. O concílio de Jerusalém, por exemplo, aplica algumas medidas pastorais oriundas da Torá oral (At 15,29): Não comer coisas sacrificadas aos Ídolos [Mishnah Avodah Zorah 2,3] ou animais estrangulados [Mishnah Chullin 1,2]. A Torá escrita não proíbe nenhum desses alimentos,[2] ainda assim o concílio impõe esses decretos aos cristãos (At 16,4); desobedecer seria desobedecer a Igreja, e por conseguinte: o próprio Deus (Lc 10,16). Jesus condena a Igreja de Pérgamo e Tiatira (Ap 2,14.20) por quebrarem essa ordenança (a qual ele remete a Balaão, mesmo que o relato do livro de Números não fale nada sobre comida sacrificada aos Ídolos).

Paulo cita uma tradição oral ao falar de Janes e Jambres (2Tm 3,8), os magos do Faraó que enfrentam Moisés. Seus nomes foram guardados pela tradição oral (Talmud, Menachoth 85a; e Targum Pseudo-Jônatas, Seções XIII, XIV e XL).

No começo do livro de Atos é mencionado que os Apóstolos não andam mais que a distância de uma “jornada de sábado” (techum shabbat), há uma preocupação em demonstrar o respeito dos Apóstolos pela tradição do “judaísmo normativo” da época. Essa distância nunca foi especificada pela lei escrita, mas pelas autoridades religiosas através da lei oral (Mishneh Torah, Shabbat, 27; Aruch HaShulchan, Orach Chaim, 397:2; Targum Pseudo-Jonathan, s.v. Exodus 16:29).

O apóstolo João relata que Jesus frequentou a festa da Dedicação/Hannukah, instituída pelas autoridades religiosas da época, e sendo extrabíblica para os padrões canônicos atuais dos judeus e protestantes, oriunda da tradição registrada no livro dos Macabeus.

Conclusão

Vemos que Jesus não condena as tradições em si, mas suas corrupções, os abusos ou as medidas escrupulosas na sua aplicação que as faziam perder o seu sentido original. Mas havia de fato no judaísmo uma tradição e um magistério legítimo. Jesus até mesmo menciona a “cátedra de Moisés” (Mt 23,2), que remete a uma tradição sobre o governo religioso dado por Moisés à Josué.[3] Não é à toa que São João diz que o Sumo Sacerdote havia profetizado corretamente pelo fato de ser um Pontífice legítimo de Israel (Jo 11,51), mesmo sendo um mal servo, ele realmente tinha tal autoridade e as prerrogativas do cargo.

Deus revelou a Israel uma religião completa e funcional, o que não é possível dando um livro na mão dos homens para que eles descubram por si mesmos como aplicar o seu conteúdo.

Não estamos aqui defendendo a torá oral rabínica como os judeus a compreendem hoje, mas demonstrando que Deus não entrega um livro na mão de um povo sem uma autoridade para resguardá-lo e uma tradição explicativa sobre seu sentido. Por isso, não só era esperado haver uma tradição e um magistério na Nova Aliança, mas Jesus e os Apóstolos citam esses conceitos explicitamente (Mt 16,19; 18,18; 2Ts 2,15; 1Tm 3,15).

Na obra “A vida e os tempos de Jesus o Messias” (1883) o judeu convertido Alfred Edersheim explica que na linguagem rabínica “ligar e desligar [Mt 16,16-19], é a tradução literal do equivalente hebraico asar, que significa ligar/prender no sentido de proibir, e hittir, que significa desligar/soltar no sentido de permitir.”

Ao usar esses conceitos da tradição e do magistério judaico, Jesus está colocando os Apóstolos como sacerdotes e mestres que guardariam e interpretariam a sua Lei (1Cor 9,21; Gl 6,2), e a Igreja como um novo Sinédrio, não mais ocupando a cátedra de Moisés, mas a cátedra de Pedro.


[1] Sabemos que Samuel, além de profeta, era sacerdote; mas não sabemos se Elias era de linhagem sacerdotal. Alguns padres como Afraates e Epifânio afirmavam que sim; já a literatura rabínica o identifica com o personagem Fineias, filho de Eleazar, neto de Aarão.

[2] Sobre Atos 15,29: Há uma proibição quanto ao sangue que se encontra em Levítico 17. Porém, após o abate o animal estrangulado poderia ser cortado para que se escorresse o sangue, não violando assim o mandamento. Mas a proibição do concílio distingue o comer “sangue” do “animal estrangulado”, i.e., proíbe qualquer animal que tenha sido abatido dessa forma, tendo sangue ou não; isso apenas é especificado na lei oral judaica.

[3] Para participar do Sinédrio o juiz deveria provar que quem um dos três que o ordenassem por imposição de mãos deveria ter uma sucessão provada até Josué (a similaridade com o sacramento da ordem não é mera coincidência).

P.s: Escrito por Lucas Falango, baseado no artigo de Dave Armstrong: https://www.patheos.com/blogs/davearmstrong/2011/10/biblical-evidence-for-the-oral-torah-hence-by-analogy-oral-apostolic-tradition.html



Categorias:Bíblia, Tradição

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2 respostas

  1. “15.Portanto, irmãos, ficai firmes; guardai as tradições que vos ensinamos oralmente ou por escrito.”

    2a carta aos Tessalonicenses – Bíblia de Jerusalém

    O próprio apóstolo Paulo fala acerca da guarda das tradições apostólicas via escrita ou ORALMENTE, conforme trecho destacado acima.

    Gostaria também de acrescentar uma coisa que julgo ser relevante – embora pudesse colocar outras considerações: no evangelho de Mateus, é dito que o Messias seria chamado de Nazareno, conforme os profetas(logo após José retornar do Egito e ir para Nazaré). Porém, no Antigo Testamento, isso não está escrito.

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